As Duas Marias 1

As Duas Marias

1994 numa famosa escultura localizada no parque da Alameda, em Santiago. Espanha no decorrer da ditadura de Franco. Coralia, a menor e a mais alta, era tímido e pouco campanha, enquanto que Maruxa, mais pequena, apesar de mais idade, era a que tinha a voz de uma cantora.

Apodadas as Marias, bem como foram classificados como “loucas” e “solteronas”. O que é chamado de um dos ícones mais representativos da cidade de Santiago de Compostela, obedece a um modo de serviço social e institucional, amparado pelo regime do general Francisco Franco.

Maruxa (/marúsha/ Maria Fandiño Ricart) foi a quarta filha e Coralia (Maria Argentina Coralia Fandiño Ricart) foi a décima segunda. Viviam e trabalhavam pela avenida Espírito Santo, em Santiago de Compostela. Outra irmã se chamava Sarita, e faleceu jovem. Fernanda era a irmã mais nova dos treze.

Em 1925, a CNT (Confederação Nacional do Serviço), de ideologia anarquista, abriu sua sede regional em Santiago de Compostela. Aos 15 anos de idade, o combativo Manolo Fandiño Ricart ―de profissão pintor, tornou― se seu secretário-geral. Seus dois irmãos Afonso e Antonio também tornaram-se militantes do movimento anarquista. Em Santiago vivia-se um clima de animação e esperança. As irmãs Fandiño passeavam pelas ruas vestidas com roupas feitas em moradia, com tecidos de cores vivas e alegres. Os estudantes nacionalistas republicanos chamavam-lhe “Autonomia, Igualdade e Fraternidade”, e os estudantes católicos da CEDA (Confederação Espanhola das Direitas Autônomas), “Fé, Expectativa e Caridade”.

entretanto, o sonho revolucionário foi afogado em sangue, dezoito de julho de 1936. A repressão franquista foi feroz. O ódio, a opressão, o assassinato e o susto bater à família Fandiño Ricart. Os irmãos conseguiram escapar. No começo tiveram melhor sorte que o editor Anjo Casal, o escritor Camilo Díaz Baliño, a Recachanta, o advogado Narciso Vidal Fraga, os Irmãos Pasín e diversos mais, que esses dias mostraram-se mortos em valas. Durante a Batalha civil, Antonio obteve uma alta responsabilidade pela organização. Manolo Fandiño manteve-se escondido durante anos.

Pedroso (perto da cidade). Enfim foi descoberto, torturado e encarcerado durante 20 anos os franquistas. O terceiro irmão, Afonso, fugiu pouco dias após o golpe, em um navio que saiu do porto de Paredes. O pesadelo pra irmãs começaram no momento em que os falangistas trataram de utilizar a família para encontrar seu paradeiro.

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A hora adiantada da noite, chegava a Polícia Social para a residência dos Fandiño, registravam e desbarataban habitação, despiam em estrada pública as irmãs para humillarlas e subiram ao monte Pedroso de Santiago. “Não está provado, porém há pessoas que declaram que chegaram a torturar e até mesmo a violar”, explica Rivadulla.

Rivadulla ―autor de um documentário sobre isto as irmãs (2008)― aponta que estes maus-tratos continuados foram a causa da loucura que ambas sofreram, em razão de “antes não eram em vista disso”. Finalmente, os irmãos fugitivos foram presos e cessou a pressão sobre isso as Fandiño.

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